quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pêlo sim, pêlo não (Parte II)

Ai!
A minha depiladeira de estimação resolveu mudar de país!
E agora?
Depois de anos a ser-lhe fiel e a sofrer em silêncio a tortura a que, voluntariamente, me submetia, vejo-me abandonada; largada; sozinha e peluda!
Tenho pesadelos recorrentes em que, deitada numa marquesa, sob um holofote de luz branca, em assumida pose de rã pronta a dissecar, uma mulher desconhecida se debruça sobre mim com uma espátula na mão e, com um esgar de prazer antecipado no rosto, me barra, generosamente com cera. De seguida esta nazi dos pêlos, movimenta-se em torno de mim, em velocidade Matrix e arranca, arranca, arranca a cera de mim enquanto as suas gargalhadas terrificas ecoam no gabinete e ressoam nos meus ouvidos.
Acordo com o coração aos pulos e volto a adormecer cheia de medo do futuro.
Depois de anos de soberba em que, vez após vez, recusei solicitações de outras depiladeiras para ser sua cliente, temo a vingança!
Que será de mim? E dos meus pêlos?
Onde vou encontrar outra tão boa???
Roooooooose! Volta por favor!!!

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