Ontem II

Como depois do Lindy Hop sentia os músculos todos atrofiados Filhinho Mais Lindo achou que eu devia fazer uma aula de yoga que começava a seguir; bem lhe disse que não que o yoga era demasiado contemplativo para o meu gosto e que me dava sono e tal, mas ele contra argumentou que não, que este yoga era diferente e tal e eu que já estava por tudo, olha ´tá bem!
O que eu fui fazer!
Aquilo até começou bem; respira da narina direita, e depois da esquerda, tudo sentadinha que é uma posição que eu aprecio bastante, depois com as mãozinhas no ar a saudar o sol (que dali não se via mas vá), agora a cabecinha a rodar (devagarinho que isto não é o exorcista), o pior foi que depois ela (a professora) se lembrou de passar a outras saudações.
Ora eram os glúteos que iam para o céu, ora era a pélvis que se elevava, agora faz lá a serpente, e mais a árvore, e chama lá o tricossoma (seja lá isso o que for) e a meio da aula eu já tinha a perna direita, por cima da esquerda, e o braço esquerdo por cima da perna direita com o braço esquerdo por detrás das costas e o queixo por cima do mobro, e depois ao contrário (a serio que temi não ser capaz de voltar à minha forma inicial com um braço e uma perna de cada lado, lado a lado!
E durante hora e meia ali estive a torcer-me toda (diz que faz massagens internas), ao som de sininhos e campainhas com o incenso a enfiar-se-me pelo nariz, enquanto Filhinho Mais Lindo me esperava na livraria.
Numa coisa ele tinha razão, este yoga não era nada contemplativo; hoje doem-me músculos que nem sabia que tinha.