terça-feira, 30 de setembro de 2014

Visto de passagem #182

Num semáforo em Lisboa.
(Gamadissimo à Bicas)

Separados à nascença


Tiram-se marrecas com limão!


A noticia já não é fresca, mas achei-a um miminho!
Lembrei-me imediatamente de uma anedota que o meu pai me contava e que, por mais vezes que a ouvisse, me desmanchava sempre a rir (acho que era por causa da cara que ele fazia no final).
Aviso já os mais sensíveis que não é uma anedota politicamente correcta, como tal é melhor pararem de ler por aqui. ´Tagradecida.

Houve em tempos uma rapariga que tinha um grande desgosto por ser marreca e passando um dia por uma loja, viu na montra um cartaz que dizia "Tiram-se marrecas com limão".
Animada por tal ideia, entrou na loja e perguntou ao empregado:
- É mesmo verdade que aqui se tiram marrecas com limão?
Ao que lhe respondeu o dito empregado:
- Claro!
Mas é mesmo com limão? - voltou ela a perguntar.
- Claro, atão a menina queria que fosse com uma liminha, não?




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Visto de passagem #181


Adorei!
Obrigada Raquel, do Porto!

Um social anti-social?

Já há uns tempos que andava a ver no meu mural de facecoiso uns pedidos estranhos, mas habituada que já estou a ser bombardeada com convites para joguinhos e mais não sei o quê, nem liguei muito.
Afinal vai a ver-se e não era jogo nenhum; era só mais uma rede social.
Para anti-sociais...
Confuso?
Também eu!
Pois então diz que esta rede foi criada para combater o facebook (e pelos vistos está a ter um sucesso doido; por hora milhares de novos utilizadores aderem à Ello), não tem publicidade, - e promete que será sempre assim - não partilha dados pessoais se não o quisermos, só se entra por convite - e cada novo utilizador dispõe de 25 convites que pode distribuir por quem queira - e pode registar-se com um nome que não tem obrigatóriamente de ser o seu real.
Se quiser receber o convite tem de o pedir à Ello.


Venha o Diabo e escolha…

("um social anti-social" não havia uma canção assim?)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Lis quê? Lisboa? Não, Lisóptima!


Um semáforo dançante?
Caramba, eu amo esta cidade!

É o que há e é para quem quiser!

Aparentemente alguém carregou no botão dos meus dias e acionou a velocidade warp!
Saio cedo, chego de noite, a arrastar-me e a casa, já para não falar dos meus homens, começa a ressentir-se desta "falta de atenção". 
Ontem de manhã, enquanto enchia a gamela dos gatos,  reparei que aquela era a última porção de ração na embalagem e por isso havia que comprar mais; o dia foi correndo e eu nunca mais me lembrei.
Já noite cerrada, quando regressava a casa, voltei a lembrar-me. Todos os super, mini, hiper mercados estavam fechados e tudo o que me ocorreu foi passar pelo hospital veterinário, perto de minha casa, que está aberto 24 sobre 24 horas e comprar lá a ração. Só tinham a especial Urinary Treat. 
Hoje de manhã, quando saí, três gatos olhavam com ar agoniado para a gamela e para mim. Pareciam querer dizer: 
- Pff! Que nojo! Comida de hospital!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A ver se não passo por lá...


Quando há anos atrás fiz disto noticia, ainda era uma novidade fresquinha, dois anos volvidos o Hotel dos Divórcios chega aos states, pela mão da mesma empresa holandesa precursora da ideia nos países baixos.
Conhecido pelas luas de mel fantásticas - o sitio é lindo, quase parece uma pintura ou um postal - o The Gideon Putnam Resortaposta agora no emergente negócio dos divórcios.
Basicamente é istoo casal entra na sexta-feira e, entre massagens e SPA, sai no domingo com os papéis do divórcio assinados, graças à ajuda de uma equipa de advogados e outros profissionais úteis na altura de partir tudo em duas metades. O fim de semana de separação custa 5.000 dólares, cerca de 3.850 euros, de acordo com o New York Post, inclui dois quartos separados e a ajuda dos mediadores responsáveis por tratar da burocracia.

Olha, é a vida!

É triste observar o espernear daqueles que, quase mortos, de tudo fazem para o contrariar enquanto observam a mesa posta de fresco, e onde os novos convivas se começam agora a sentar para o banquete, que para eles está já a terminar.

domingo, 21 de setembro de 2014

Essa doença filha da puta atrás da qual o Diabo se esconde!

"…Foi Aureliano quem concebeu a fórmula que havia de os defender durante vários meses das evasões da memória. Descobriu-a por acaso. Perito da insónia por ter sido dos primeiros, aprendera na perfeição a arte da ourivesaria. Um dia andava à procura de uma bigorna pequena que costumava usar para laminar os metais e não se recordou do seu nome. O pai disse-lho:"Tás." Aureliano escreveu o nome num papel e colou-o na base da bigornazinha: Tás. Assim teve a certeza de não o esquecer no futuro. Não lhe ocorreu que aquela fosse a primeira manifestação do esquecimento, porque o objecto tinha um nome difícil de recordar. Mas, poucos dias depois, descobriu que tinha dificuldade em lembrar-se de quase todas as coisas do laboratório. Então marcou-as com o nome respectivo, de modo que lhe bastava ler a inscrição para as identificar. Quando o pai lhe comunicou o seu alarme por ter esquecido até os acontecimentos mais impressionantes da sua infância, Aureliano explicou-lhe o seu método e José Arcadio Buendía pô-la em prática por toda a casa, impondo-o mais tarde a toda a aldeia. Com um hissope cheio de tinta , marcou cada coisa com o seu nome: mesa, cadeira, relógio, parede, cama, caçarola. Foi ao estábulo e marcou os animais e as plantas: vaca, cabra, porco, galinha, jucá, malanga, bananeira. Pouco a pouco, estudando as infinitas possibilidades do esquecimento, deu-se conta de que podia chegar o dia em que se reconhecessem as coisas pelas inscrições mas em que não se lembrasse da sua utilidade. Então foi mais explicito. O letreiro que colocou no cachaço da vaca era uma prova exemplar de como os habitantes de Macombo estavam dispostos a lutar contra o esquecimento: É esta a vaca. É preciso ordenhá-la todas as manhãs para que dê leite e é preciso ferver o leite para o misturar com café e fazer café com leite. Assim continuaram a viver numa realidade escorregadia, momentaneamente capturada pelas palavras mas que havia de fugir-lhes irremediavelmente quando se esquecessem dos valores da letra escrita."
in Cem anos de solidão, Gabriel Garcia Marquez

Cenas de gaja #9

Uma pessoa é chamada a brilhar e quer fazer bonito, botar faladura como vê os grandes fazer, vestir as palavras a rigor, calçar-lhes mesmo uns saltos altos porque a ocasião assim o pede, esgrimir argumentos, esclarecer pontos de vista, dirimir más interpretações, extinguir qualquer suspeita de mágoa ou melindre (lágrimas? uma gaja não chora pá!), mas não pode; não consegue.

Ele é Querida Mãezinha que solicita assistência porque o micro-ondas faz faíscas e acha que é melhor eu ir lá ver o que se passa (Mãezinha do meu coração eu disse que era para limpar o micro-ondas com uma esponja húmida, HÚMIDA, não encharcada!), ele é a sogra que telefona e conta tooooooooooodas as pequenas coisas do seu dia (relatando mesmo em pormenor os diálogos que teve "ele disse-me: ó Dona F, então…" e eu respondi-lhe: "Ó senhor A., você não me diga uma coisa dessas!" e ele vai e diz-me", já deu para perceber não já?), ele é a senhora da Nos que telefona para oferecer uma promoção...

É que senta uma gaja o rabiosque na secretária e alguém pergunta "O que é o almoço? ou "O que é o jantar?" ou ainda "Ó mãe, as minhas ligaduras do boxe já estão lavadas?"

E uma gaja que se irrita com tanta interrupção, agarra na bicha cadela e vai passeá-la ao jardim.

Nunca serei uma Isabel Allende...

sábado, 20 de setembro de 2014

Onde se atribuí o título de Gaja Honorária a J. Rentes de Carvalho que assim se vê autorizado a referir-se a mim como " a gaja".

" Vidente


De facto, fosse eu vidente e muito me pouparia de desmandos, passos em falso, de a mim próprio trocar as voltas e de que confundam com más (que só de vez em quando tenho) as minhas boas intenções.

Assim acontece que, desejando tornar conhecido o apreço e o júbilo que me causa a emancipação feminina, particularmente notável num desenvolto e muito viril emprego do vernáculo, me vejo ironizado aqui, incompreendido além, informam-me de lágrimas secretamente vertidas em consequência dos meus desmandos.Para o mal feito não tenho remédio, e as promessas, minhas ou alheias, valem o que valem, mas sempre que conseguir manter-me nas estribeiras prometo que deixarei de usar a palavra "gaja" ou o seu plural, a não ser em casos extremos, como faca na garganta.

Porque me fazem saber que involuntariamente a magoei, e como, nem de longe, seria esse o meu intento, quero deixar aqui testemunho da deferência que me merece a gentil Senhora (com maiúscula, pois então) que dá por "sexinho" e tem morada em www.osexoeaidade.com.
Deferência e mais, porque há anos lhe sigo regularmente a prosa e as andanças de que dá conta, a graça com que narra as suas férias, o cómico dos seus literais apertos com vestidos de múltiplos botões nas costas, a vasta colecção de kits que guarda de inúmeras viagens transcontinentais.
Mas então não é que me maltratam, e a própria Senhora o sublinha, que maldosamente aludi a uns Louboutins que não usa e passei por alto a sua menção de O Dia Mundial da Doença de Alzheimer?
De facto para os Louboutins não encontro desculpa, mas com a doença de Alzheimer a coisa muda de figura. Talvez "Sexinho" o ignore, mas mau grado excelente saúde, na minha idade não basta dizer tarrenego ou abrenúncio, a probabilidade é grande que, sussurrando"Alzheimer!", a memória me comece a falhar e eu deixe de reconhecer a companheira de cinquenta e tal anos. E isso creio que ninguém mo deseja.
Termino. Gostaria, e assim espero, ter satisfeito gregos e tróianos, ter disperso névoas, deixar prova da admiração que "Sexinho" em particular me merece e, já agora, tornar essa admiração extensiva a todas as "gajas" do actual e antigo Portugal daquém e dalém mar. "

O miúdo é que tinha razão!

Hoje pela manhã, quando se deu o incidente do copo, o miúdo disse-me:
- Mãe, isto é um sinal; como aqueles que aparecem aos americanos nas bolachas.
A cara de Jesus inscrita a chocolate! Digo-te que isto é um sinal!
Eu, pessoa pouco crente, sorri e não voltei a lembrar-me de tal; até há pouco.

Andava eu nos meus afazeres domésticos quando me pareceu ouvir um trovão.
E logo de seguida outro e mais outro, mas nada de chuva.
Trovoada seca pensei, mas como o brrrrum continuava prestei mais atenção; e foi então que percebi que aquilo que me soava como trovões, não eram senão as vozes dos deuses.

PMS e JRC digladiavam-se!
Pensei esconder-me debaixo da cama mas depois lembrei-me que é daquelas de gavetões e nem com os pés dobrados lá caberia dentro e vi-me assim obrigada a assistir, tremendo…

E estava eu nisto, meia escondida atrás de um cadeirão, quando ouvi o meu nome referido na contenda; dizia JRC que "...é obrigatória a menção do blogue da "gaja" onde …" "descobri a palavra:osexoeaidade,blogspot.com. ..."

Arrebitei de imediato as orelhasao mesmo tempo que franzi o sobrolho; pois se por um lado o ego se me inchou (que mais pode uma gaja almejar depois de ter o seu nome mencionado no Olimpo), por outro, e dando toda a razão a PMS quando já na véspera o tinha admoestado dizendo "… Fique o meu caro J. Rentes de Carvalho sabedor que "gajas" é coisa que um homem não pode dizer. Elas, as senhoras, podem dizê-lo entre si, encolher os ombros e passar adiante. A nós não nos é permitido tal…" irritei-me um tudo nada; pois está claro, que não, não pode!
Então que é lá isso? Andámos juntos na costura?!

Mas tinha retorquido JRC, apoiando-se no seu vocabulário de infância e também evocando a prosa queirosiana, que não, que ser um gajo não significava mais do que "ser cá da malta" e que assim sendo o seu feminino não significaria menos; ora assim sendo, ó JRC, venham de lá esses ossos!

O problema é que continuando refere que a menos que ao gajo se referissem como "  "...esse gajo é um fdp…" é que a coisa seria depreciativa, e aqui atentei no "ela" ( "...andava ela então pela Holanda" ) e um amargo de fel assomou-me à boca.
Mas não durou muito tempo este fel, não, porque, gentilíssimo, JRC me refere logo de seguida como Madame ("...Incomodava-me, não a fotografia do rosto da Madame…") o que me agitou energicamente a imaginação e de imediato me vi como uma Madame Claude dos tempos modernos, comandando hordes de exclusivíssimas cocottes.
Foi de golpe que decidi que, de longe, prefiro o termo gaja (mas só eu é que posso dizer está bem)!

E estava eu nervosíssima ao saber tão ilustre visita no meu humilde estaminé - é que não estando uma pessoa avisada nem sempre tem a casa arrumada e as criadas hoje em dia são aquilo que já se sabe, e no meu caso especifico com a zuca então... ui, ui… vá que há sempre uma champanhota gelada para quem chega - mas dizia eu que estava nervosíssima quando, tristemente, me dei conta de que não era de mim que JRC falava…

Que tristeza tão grande; ai que grande dor na alma; dizem que o coração não dói, ai não, que não dói!
Punhadas, senti eu!

É que está a ver o meu amigo JRC (estamos entre gajos não é verdade), no meu estaminé não se fala de " ...Louboutins, Blhaniks,  Dior, Chanel, Lamborghinis,  Bentleys, "gente linda", resorts e champanhe…" - bom, de champanhe até se fala mas falamos também de temas tão pertinentes e actuais como o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, e eu tenho tanta, tanta pena de que, como afinal se veio a revelar, as suas visitas não sejam feitas à minha humilde morada; talvez tenha feito confusão...

Mas fica desde já o convite feito, e fique Vossência sabendo que vou imediatamente mandar a zuca limpar muito bem a casa, arejar tudo muito bem, arear tachos e panelas, escovar a gataria para dar lustro ao pêlo e dar banho à Mel - a bicha cadela cá de casa.

Dou-lhe a minha palavra d´honra que não terá com que se preocupar (e nem sequer aqueles assados que teve com o Conde de Calheiros aqui se repetirão. O seu quarto, uma vez atribuído, tal como a prateleira onde repousam os seus livros, nunca mais lhe será retirado! Nada tema).

Deixo-lhe então o meu endereço www.osexoeaidade.com , também poderá encontrar-me em osexoeaidade@gmail.com


P.S. - Mesmo "… o chapéu de ranchero paraguaio…" - que por acaso até é de Ibiza - ficará encatrafuado em sitio onde não o veja, e por isso não lhe causará qualquer incómodo.

Ambos os textos podem ser lidos na íntegra aqui e aqui.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Há coisas que nunca mudam, e ainda bem.


Agora que ainda antes de ter sido Verão, pelo menos é o que eu sinto, o Outono avançou por aqui adentro vai sendo tempo de transferir e conferir as roupas (algumas é preciso mandar limpar, apertar, alargar) para a nova estação.
E foi por causa desta "conferência" que voltei a um dos meus sitios preferidos na cidade; o Rosa&Teixeira.
Bem sei que aquilo é um feudo masculino mas que querem, adoro!
Adoro os mimos da Alicinha, do Castro, da Elsa e de todos os outros que lá estão há c´anos; adoro o toque bom de tudo em que mexo; adoro que nos recebam tão bem.
Ali um fato não é só um fato, mas algo mais.
Serviço ao Cliente?
Pfff!
Ainda andavam todos a dormir e já ali não sabiam fazer de outra maneira.

Cruz Credo!


Acabado de acordar o miúdo foi buscar um copo; antes de lhe agarrar, naturalmente olhou para ele e…
puft!
Ainda dizem que não há olhares fortes…

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Não se esqueça…


Nenhum de nós está imune à Alzheimer; já imaginou como será esquecer-se da cara da pessoa a quem mais quer?
Já imaginou como será para a pessoa a quem mais quer no mundo, saber que você já não a reconhece?
Já imaginou?

Dia 21 de Setembro assinala-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e para alertar e sensibilizar os portugueses para as causas, os efeitos e formas de redução do risco de demência, a Alzheimer Portugal lançou a campanha "Instantes".

Utilizando de forma inédita a aplicação para smartphones, Snapchat, a Alzheimer Portugal pretende, de modo muito visual, que os utilizadores experienciem a sensação por que uma pessoa com Doença de Alzheimer passa todos os dias.
Para tal, basta seguir a conta de Snapchat "Por.instantes", para receber diariamente fotografias de momentos especiais, que ficarão visíveis no seu telefone apenas durante alguns segundos.

Através do site esqueci-me.pt, envia as tuas próprias imagens de momentos marcantes para a tua rede de contactos, que ficarão visíveis para quem as recebe apenas durante alguns segundos.

Somos instantes...

O meu eterno Valmont


O que ele diz de nós.
(só não percebo porque é que uma tão grande parte de nós, não consegue "ser estrangeiro" na sua própria cidade e ver tanta beleza! Caramba, é que há tesouros por toda a parte!)

Eu avisei que isto ia dar post!

Tudo começou assim:




E em menos de cinco minutos, entre outras respostas com sugestões, aparecia esta:


Bom, tudo o que resta dizer é que fizeram o impossivel!

Em hora e meia e a partir de um printscreen ranhoso que eu lhe enviei, de um cartão que eu tinha "inventado" há séculos, e de que nem sequer me lembrava da fonte de letra que tinha utilizado, nem sequer do pantone que tinha escolhido, a Alice cheeeeeeeeeeia de paciência, ajudou-me a reproduzir o cartão, agora em condições, mandou imprimir a quantidade que eu queria e entregou-mos na morada que eu queria,  até antes da hora que era o meu dead line; e lindos de morrer!

Isto é que é Serviço ao Cliente; muito bom Serviço ao Cliente!
Obrigada Alice

P.S. Caso não tenham reparado ali na foto acima, a empresa chama-se FormaVip, Lda.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Temos fashionista!

Shame on you, Vogue Brasil!

A Vogue Brasil publicou um artigo onde mostra as diferentes amenities disponibilizadas por diferentes companhias aéreas aos seus passageiros; KLM, Emirates, Ethiad, Lufthansa, Air France e British Airways.
Nós ficámos fora do rol…como é costume…
Ora isto faz-me muita, muita pena, por todos os motivos; os óbvios (questões de orgulho nacional, cá coisas minhas que adoro o meu país) e mais uma: é que as gravuras que figuram nas tampas das latas que contêm as amenities disponibilizadas pela TAP aos passageiros são brasileiras (e suponho que sejam pagas ao artista) e as ditas caixas no seu interior contêm a biografia do artista que ilusta a tampa (até hoje nunca apanhei uma caixa de um artista português; se as houver gostaria muito que me fizessem saber).

Seja como for, já recebi muito kit nas minhas viagens para aqui e para ali, uns melhores outros menos bons - para que possam vós mesmos também ter uma opinião aqui deixo alguns exemplos:

Mas nunca, NUNCA, senti vergonha ao receber um kit da TAP!


Bem pelo contrário, adoro que sejam de lata, adoro que tenham o cuidado de conter produtos sustentáveis, adoro desembrulhar o papel vegetal e descobrir uma caneta em cartão, uma bisnaga à antiga, com creme doce com um cheiro que me faz retornar à infância e às mãos dos que me embalaram  quando eu era pequenina (a memória nunca esquece um cheiro) e um baton de manteiga de cacau, adoro encontrar uma venda de olhos em algodão, e umas meias macias beiges, adoro…
Só não adoro nunca lá ter encontrado um artista português...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Eu queeeeeero!


Mas é que quero mesmo!
A Sáfilo comemora 80 anos e quis marcar a data com um modelo especial;  uma edição limitada dos óculos de sol inspirados pela modelo Peggy Guggenheim.
O modelo original foi criado para Guggenheim por Edward Melcarth e, agora, a marca confere-lhe um look mais contemporâneo para a comemoração do seu octogésimo aniversário.
Mi aguardji, tá?

Disse, tornado?!


Investigadores europeus lançam alerta de tornado para Portugal!


(eu acho é que eles viram a minha agenda para esta semana e confundiram o meu movimento ventoinha em modo acelerado com a espiral de um tornado…)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Cenas de gaja #8


Uma gaja não tem tempo para se coçar quanto mais para almoçar e está, já faz um bom bocado, numa oficina de automóveis, à espera que arranjem um pinchavelho no carro para se poder ir embora.
A morrer de fome olha para dentro da mala à procura de qualquer coisa que se possa comer; lá dentro só uma banana. 
Uma gaja interroga-se sobre se aquele será o local mais indicado para se comer uma banana em público...

Cenas de gaja #7

Uma gaja tem uma festa daquelas em bom que, manda o figurino, se use traje a rigor e salto bem alto.
O marido dentro de um avião, o filho a jantar com os amigos ela sozinha em casa e uma gaja põe-se a pensar que assim é que é bom e que assim ninguém a chateia e pode arranjar-se nas calmas ; uma gaja maquilha-se, perfuma-se, empoleira-se nas tairocas altas, vai para enfiar o vestido e…dá-se finalmente conta que se tinha esquecido que as costas do vestido fecham de alto a baixo com, pelo menos, uns trinta botões!
Ups…
E agora?

Uma gaja despe o vestido e abotoa tantos botões quantos os possíveis para ainda assim se conseguir enfiar lá dentro; uma gaja vira os braços ao contrário e tenta de todas as maneiras, chegar aos botões nas costas e fechá-los; sua as estopinhas enquanto continua a tentar alcançar os botões e lamenta não se ter dedicado ao contorcionismo desde pequenina.
Olhando para o relógio vê que começa a atrasar-se para sair se quer chegar a tempo mas, dos botões que faltam só conseguiu apertar um que, logo a seguir, se desapertou.
Começo a passar em revista todos os cromos que moram no meu prédio e questiono-me se será muito má ideia bater-lhes à porta e pedir que me apertem o vestido.

Telefono para o filho que vai a caminho do jantar de amigos e pergunto-lhe se já está muito longe e quando me pergunta porquê explico-lhe o meu problema com os botões…se estou a falar a sério? Então não estou?!
Salva!
O rapaz, perdido de riso, volta para trás e vem apertar-me os botões do vestido.

A festa foi linda que foi, estava tudo muito bom que estava, o champanhe estava bem fresquinho e tudo e tudo e tudo mas, agora que cheguei a casa e o miúdo não está, acho que vou ter de dormir vestida...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Visto de passagem #179

Obrigada pelo envio Vi.

No rescaldo


Pois tenho a dizer da minha primeira VFNO em Portugal que:
DIVERTI-ME PARA CARAMBAS!
Sendo que não sou pessoa dada a grandes ajuntamentos limitei o perimetro de acção aos sitios onde sei de antemão que me sinto confortável et voilà!
Havia música, gente bonita - também havia uns tão feeeeeios, mas isso agora não interessa nada - muita champanhota como se quer; encontrei amigos, reencontrei amigos, renovaram-se os contactos, conferiram-se afectos…foi bom.
Foi mesmo muito bom!

Rai´s parta o escaravelho!


Anda por aí há coisa de sete anos um parvalhão de um escaravelho vermelho a dar-nos conta das palmeiras!
Com capacidade para voar entre cinco a dez kilometros sem parar mesmo contra o vento e por isso do Minho ao Algarve e até na Madeira é um vê se te avias de mastigar palmeiras (para já só os Açores escaparam)!
Uma palmeira é coisa para lhe durar, mais ou menos, quatro cinco meses, tempo suficiente para a bicheza fêmea desovar 200 a 300 ovinhos…
O problema é que basta uma palmeira não tratada para infestar todas as outras num raio de uma dezena de quilómetros.
Mau, mau, mau...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Este é o ano!


Dia 11 de Setembro todas as ruas vão dar à Vogue Fashion Night Out (VFNO).
Há cinco anos atrás Anna Wintour pôs em marcha uma iniciativa para promover a Vogue mas que visava também dinamizar o comércio e festejar a moda.
Lisboa junta-se mais uma vez às outras 17 capitais mundiais e as lojas voltam a alargar o seu horário de funcionamento até às 23:00 para celebrar a moda portuguesa.
Nesta quinta edição da VFNO,e porque o roteiro tradicional já se tornava pequeno para tanta gente que acorre às ruas, a festa irá estender-se até ao Rossio, Rua Augusta e Rua do Ouro.
Mais de 190 lojas participam na VFNO, num percurso que passa pelo Chiado, Rua Castilho, Avenida da Liberdade, Príncipe Real e como foi referido a baixa pombalina junta-se este ano à animação.

Também pela primeira vez os museus se juntam a esta iniciativa; os museus MUDE - Museu do Design e da Moda, Colecção Francisco Capelo – e o Museu de São Roque para além de estenderem o seu horário também até às 23:00, irão colaborar com diferentes promoções, exposições e animação.

Animação que também não faltará no Rossio que, à semelhança do Príncipe Real, verá o LX Market marcar presença com o seu mercado tradicional.
Todas as edições do Vogue Fashion’s Night Out são marcadas por uma acção de solidariedade com um artigo criado em exclusivo para o evento.
Este ano, a peça oficial é o Shopping Bag VFNO e as vendas revertem para a Nariz Vermelho.
Lembro que nas edições passadas do VFNO, as instituições escolhidas foram a Refood (2013), a Make-a-Wish (2012), a Acreditar (2011) e a Ajuda de Berço (2010).

Ainda mais uma novidade para a Vogue Fashion Night Out deste ano; eu mesmo, pela primeira vez serei uma das pessoas que irão percorrer a cidade.
Dizem-me que a cidade fica mais bonita, com tanta gente bonita, homens e mulheres, vestidos para a festa, eu acredito mas nunca vi.
Todos os anos nesta altura acontece estar fora do país e por isso nunca, até este ano, tive oportunidade de participar na festa.

Este é o ano!

11 de Setembro de 2001


Para nunca esquecer, nem o mal que foi feito, nem o bem que se foi capaz de fazer.

Cá para mim esta juíza tratou deste assunto com os pés!

Oscar Pustorius é a notícia do dia na África do Sul!
Pasme-se....o atleta olímpico foi considerado NOT guilty of MURDER!!!

Porque eu mereço!


Estou em pulgas pelo menos há uns três ou quatro dias, dia em que fiz a reserva para o meu amigo Joel!
Já aqui vos falei várias vezes nele; no que toca a tintas e tesouras não confio noutro!
Ando atrás dele (salvo seja) há quase 20 anos; para onde ele vai, eu vou também (vá que não muda assim tantas vezes, graças a Deus).
Entre várias outras coisas que me fazem gostar muito dele, o Joel tem esta particularidade que eu aprecio muito; apesar de ser um ARTISTA (sim, em maiúsculas e tudo), para mim é mesmo o melhor, ao contrário de outros, ele NUNCA (sim, outra vez em maiúsculas) abusa da liberdade de criação que lhe damos.
Eu explico, o Joel como excelente profissional que é, formado, preparado e com anos de experiência nisto, quando olha para nós sabe lindamente o que nos ficará bem mas tem SEMPRE (eu sei, hoje é uma loucura com as maiúsculas) em atenção que o cabelo seja prático e fácil de trabalhar em casa (ou no meu caso de poder lavar e depois secar ao ar apenas porque eu sou uma anta com um secador na mão).
Para além do trabalho de salão ele responsável criativo de muitos desfiles e produções de moda como por exemplo, o trabalho para a Elle na foto acima.
O cão que se vê na foto é o Sebastião, o cão do Joel; se ele torna famoso um cão, imagina o que pode fazer por ti!
Quem vai laikar a página do meu amigo (ela está ainda um bocadinho "mal tratada" mas breve, breve, vai ter novidades.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Come to mamma baby, come to mamma!

É do conhecimento geral que o meu coração pertence ao Filhinho, MQT, Querida Mãezinha, ao mar, ao sol, ao Verão, às viagens, ao… bom, fiquemos por aqui, o que vocês talvez não saibam é que há muitos anos já, entreguei o meu coração aos All Star (não aos jogadores claro está que o MQT nem havia de gostar disso, mas aos ténis - sapatilhas no norte, já sei); mais precisamente aos Chuck Taylor Classics.
Os brancos são os meus favoritos mas quando chegam os dias de chuva ficam guardaditos para não se sujarem; o que me vale é que tenho também o resto do arco-irís mas ainda assim, molham-se e sujam-se igualmente…

Sabendo desta minha tristeza, os moços da All Star puseram-se a pensar, a pensar e fizeram este upgrade que lançaram mesmo a tempo das primeiras chuvas deste ano.
Se quiserem saber mais acerca destes sneakers-galochas, ide a The Fashion Hunters e a minha amiga Andreza conta-vos tudo!

Por momentos pensei que tivesse sido o euromilhões...

MQT, que acorda e sai ainda de madrugada, envia-me todos as manhãs uma mensagem de bons dias, a uma hora que ele  imagina razoável e em que eu já estarei acordada.
Normalmente resulta, outras não e ainda me apanha com os olhos colados de sono.
Em chegando a mensagem, oiço o bip-bip da coisa e se:
a) estiver acordada
b) não me importar de acordar e fingir que estou desperta há imenso tempo
telefono-lhe de seguida para também lhe dar os bons dias e fazer um bocado de conversa.
Hoje foi dia da alínea b, e quando assim é custa-me um bocado ouvir bem as coisas à primeira quanto mais compreende-las…
Tudo o que eu ouvia a seguir ao "Bom dia meu amor" era um tom bastante entusiasmado na voz enquanto dizia qualquer coisa "…mais de um milhão!"
Qualquer pessoa teria feito o mesmo que eu; sentei-me e perguntei em tom também entusiasmado:
 - Ganhámos quanto no euromilhões?!
??????????????????????????????????????
- Ah, não… o blog é que passou um milhão de visitas…ah, tá bem; é bom, é bom…

E pronto, era só isso.


P.S. - opah, não se deixem enganar, estou aqui inchada de orgulho - tão inchada que o mais incauto pode mesmo pensar que sofro de obesidade mórbida - e mais feliz do que um pardal! Muito obrigada a todos os que aqui vêm vez após vez, sem nunca desistir, ainda que eu passe por fases em que não dou uma para a caixa e só faça patetices
OBRIGADA!




Nãããããããããããããããããããããão!

Por favor não!
Outra vez não; pelo menos ainda não…
Não me levem já o Sol, nem os dias de calor, os finais de tarde na esplanada, as noites abafadas (que este ano foram tão poucas), os pôr-do-sol mágicos, as janelas de casa abertas, os biquinis, as sandálias, os chinelos e os calções, o mar e o céu azuis…não me façam já pensar "daqui a nada está aí o Natal".

Não me levem ainda o Verão…não me façam isso quando não, eu choro…


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Fico azul quando os vejo desaparecer!


Ontem, encontrei no FB de um amigo esta foto que me trouxe à memória paredes de prédios e igrejas em Alfama, S. Vicente de Fora, Graça, na encosta do Castelo de S.Jorge e na casa dos meus pais.
A casa dos meus pais fica num antigo convento; a data da sua construção é anterior ao terramoto de 1755 (soubemos a data da sua construção quando há umas décadas, era eu ainda pequena, se fizeram obras na cave do edificio e atrás de uma parede falsa foram encontrados, para além de duas forcas (oh yeah!) uma quantidade tremenda de livros e plantas. Um dia, em tendo tempo e paciência, talvez vos venha a falar destes tesouros).
Logo que se passavam as duas grandes portas de madeira do edificio, pareciamos recuar no tempo; chão de laje grande já polida pelo tempo, azulejos de época nas paredes e uma enorme escadaria de madeira ladeada por grossos corrimãos em ferro, levavam-nos ao primeiro piso onde ainda se via, pasme-se, uma pia baptismal; para o andar seguinte a escada estreitava porque era por aí o acesso às celas dos monges.
Do convento original só este edificio sobrou; no terreno adjacente, à direita  ergueu-se o Hospital da Marinha e à esquerda havia uma antiga estância ou serração de madeiras.
Mas voltando ao tema, todo este belissimo edificio estava adornado com azulejos lindissimos; nuns casos painéis inteiros e noutros apenas fragamentos ou mesmo, como no caso da minha cozinha, um azulejo de cada nação, todos agrupados sem grande, ou nenhuma mesmo, preocupação estética compunham um pano de fundo azul e branco para os cozinhados da minha mãe.

Pelo meio da minha adolescência comecei a dar conta de que faltavam aqui e ali, na entrada do prédio alguns azulejos; passei a encontrar muitas vezes areia amarelada no chão e algumas vezes até lascas de azulejos (a camada de porcelana neste azulejos é deveras fininha e o restante azulejo é feito de uma mistura de areia assim, quando retirado à força e por mãos que levianas, esboroam-se e partem-se)
Por essa altura também, lembro-me de um feirante chico esperto, a Feira da Ladra é logo ali, ter abordado o meu pai, tal como fez a outros vizinhos, tentando convencer o meu pai a dar-lhe todos os azulejos da nossa cozinha em troco de uma cozinha nova que ele mandaria montar com os azulejos todos branquinhos, muito mais modernos e fáceis de limpar (sic).

Nunca aqueles azulejos dali sairam!
Até ao dia em que o prédio foi comprado e entrou em obras…

Uma entidade esquisita (para mim até hoje aquilo não é bem claro) comprou o prédio e entregou-o nas mãos de um empreiteiro manhoso; os inquilinos foram obrigados a sair temporariamente (claro que isto só depois de ter havido acidentes no prédio com gente a afundar-se soalho abaixo no piso, pernas partidas e afins…) e quando voltaram…tchanam!

CADÊ OS AZULEJOS?!
Nada nas paredes, nos muretes, nas cozinhas…NADA!
Um prédio centenário e majestoso tinha agora as paredes da entrada nuas, pintadas a tinta de areia, a escadaria de madeira foi substituida substituida por mosaico ranhoso, bem como todo o resto do chão, as paredes desta escada azulejos azul cueca, bem como foi feito prédio acima, e os corrimãos, senhores os corrimaos… o ferro pintado de cor-de-rosa!

Podia contar-vos mais atrocidades que foram feitas a este prédio porque as há, tantas e tantas (onde foi parar o palco que estava no salão desde os tempos da républica? E os livros?) mas penso que já tenham percebido porque me tocou tanto esta fotografia.

P.S - Ontem guardei este post para o publicar hoje e inacreditávelmente, acabo de encontrar este outro post sobre o mesmo tema; não sei mesmo se a foto que ontem encontrei não terá vindo, originalmente, de lá. Seja como for aqui fica o link para que se veja que mais gente é sensível a este tema.

Ah, e diz-se Iquia!


Imagino que já todos tenham visto o que tenho adiado, passado de um dia para o outro, ah amanhã vejo, aquilo que só agora vi e achei tãããããããããããão booooooom!
O BOOKBOOK da Ikea (lê-se iquia)!
Está ou não genial?

Também por isto tenho saudades da Yolanda...

Lá, o consumo desenfreado é desaconselhado e mal visto; em tudo!
Lá, para além do tempo que parece trabalhar a nosso favor e não contra nós como aqui, tudo é mais leve e parece mais fácil, mas na verdade é só mais sensato e organizado.


Saudades de ti Yolanda

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Lisboa está na moda II

Há até mesmo aqueles bichos caretos que vêm com pouco tempo e querem ver tudo, depois é vê-los andar a correr feitos tontos!
Será a isto que se chama turismo de pé descalço?

Agradeço a amável colaboração da Primark que atendeu o meu pedido e me disponibilizou desde logo o fato de zebra para fotografar.

Lisboa está na moda I

Agora que Lisboa passou a ser reconhecida internacionalmente como destino de excelência não há bicho careto que cá não venha!
Como prova do que aqui se diz, fica o registo de um destes bichos, quando no passado fim-de-semana foi flagrado na fábrica dos pastéis de Belém (quiçá tentando roubar a fórmula secreta dos pastéis) quando se tentava fazer passar por um qualquer lisboeta.
Mais tarde foi ainda visto, e mais uma vez flagrado, quanto tentava sorrateiramente surripiar 4 pastéis de Belém da mesa de um incauto lisboeta.

Agradeço a amável colaboração da Primark que atendeu o meu pedido e me disponibilizou desde logo o fato de… dragão(?!) para fotografar.

sábado, 6 de setembro de 2014

África do Sul, 6 de Setembro de 2014


Minha querida Maria João, tenho tanto orgulho em ti!
E é por estas e por outras que acredito de verdade que ai do primeiro fundamentalista, do Estado Islâmico ou de outro qualquer que nos tente anexar ( Al-Andaluz my ass!)!
Não fazem eles ideia de que massa são feitas estas mulheres lusitanas, sejam elas cristãs, muçulmanas, judaicas, wiccas, ateias, o que seja!
De doces e ternas que são por natureza viram lobas ferozes quando veêm os seus direitos e a sua dignidade, ou a de outros, postos em causa.
E ainda bem!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Visto de passagem #178


Meteorologia na Marina de Cascais

Se virem por aí alguém com olhos de goraz, sou eu!

Quanto mais a data presente se afasta da minha data de nascimento maior dificuldade eu tenho em ver bem.
Primeiro comecei a notar que o braço encurtava e passei a afastar mais a mão para conseguir ler/ver alguma coisa; depois o braço encurtou de tal maneira que tive mesmo de comprar uns óculos; agora, de há uns tempos para cá, foram as coisas lá ao longe que passaram a estar tão longe que passei a ter dificuldade em vê-las - chegou mesmo ao absurdo de uma das vezes em que fui buscar MQT ao aeroporto só o ter visto quando se aproximou de mim; ... à distância de um braço...
Ainda lhe disse que era porque estava distraida, disfarcei dizendo que era porque estava de olhos baixos porque só tenho olhos para ele mas, não só não acreditou como passou a fazer piadinhas (deves achar que tens muita gracinha, deves...)!

Bom, to cut a long story short, resignei-me e fui ao oftalmologista/oculista. 
Despistada como sou, já conto 4 pares de óculos de ver ao perto entre casa e carro, porque nunca sei onde os ponho, e também porque não me apetecia ter de andar de cangalhas penduradas no nariz todo o dia, aventurei-me nesse admirável mundo novo das lentes de contacto!

As ditas ainda só chegaram há três dias mas as aventuras são já mais que muitas...
Começa porque tenho sérias, serissimas na verdade, dificuldades em acertar com o lado certo da coisa, - só nisto demoro horas - depois como é que eu hei-de explicar aos olhos que têm de se manter abertos enquanto lhes enfio os dedos por ali adentro? Uma mão segura as pálpebras abertas enquanto a outra mão avança de dedo em riste com a lente ali empoleirada em periclitante equilibrio... 
Invariavelmente a lente cai-me do dedo e é o pânico enquanto grito a rebate para que me venham ajudar a encontrá-la! 
Depois recomeço o processo.

Já perdi uma lente, rasguei, sim rasguei, outra, tenho feito visitas assíduas à loja - pelo menos uma por dia - e à noite é uma guerra para as tirar - primeiro tento docemente mas, quando à terceira ou quarta tentativa não encontro a lente para a agarrar, desato aos gritos outra vez para que venha o MQT olhar-me nos olhos e assegurar-me que elas lá estão e que não perdi nenhuma durante o dia; quando finalmente as consigo afinfar agarro-as com tanta força que não sei como a menina dos olhos não vem também agarrada! 

Tenho os olhos todos arranhados, vermelhos e doridos; a senhora da loja diz que isto vai lá com o tempo, eu cá acho que tem de haver aqui um truque que ainda ninguém me explicou, não pode ser só falta de jeito minha.
Pareço um goraz com 15 dias de frigorifico...

Quando eu morrer

Durante muitos anos pensei sempre que quando morresse quereria manter a simplicidade e ter em tudo uma aparência despojada; eu iria vestida apenas com uma túnica, descalça, sem anéis, aliança, pulseiras colares ou brincos, o féretro seria apenas uma casquinha e toda a gente deveria manter-se, óbviamente, muito desgostosa mas sem grandes manifestações de tristeza; nada de carpideiras a uivar, tudo com muita dignidade. Em fundo ouvir-se-ia Frank Sinatra cantando o My Way.

Agora já não penso assim; quando eu morrer eu quero é uma festa, e em bom!
Quero que oiçam o My Way mas cantado ao vivo pelo Harry Connick Jr ( e de acrescento pode cantar também "For once in my life") , quero uma casquinha sem rócócós mas que seja de carvalho, com interior almofadado e forrado a seda, quero vestir uma túnica branca mas desenhada por Cavalli, posso ir descalça - porque tenho uns pés lindos - mas se eu não tiver tido tempo de o fazer em vida que mos mandem arranjar e pintar , nas mãos a aliança e nas orelhas os meus brincos favoritos; a maquilhagem sóbriazinha mesmo como se não estivesse maquilhada.
Aqui e ali ilhas de champagne para que não falte a ninguém, e toda a gente, mas toda a gente sem excepção há-de dizer de flute na mão:
- Está uma festa linda!

Ao que as minhas duas melhores amigas, já velhas e caquéticas, responderão:
- Cagona! Até morta teve de ser cagona!

E os outros dirão:
- Mas sempre divertida.
- E com muito bom gosto.
- Linda, está uma morta linda.
- E magrinha!
- O champagne está óptimo.
- Viram quem ali está?
Champas on!

Descansa em paz Joan Rivers